Em 2015 fui contratado para o meu emprego atual, com a condição de que viesse morar nos EUA. Não precisei pensar muito. Uma oportunidade rara que com certeza iria agregar muito para o futuro.

Visto de trabalho emitido, pegamos as malas e os cachorros e viemos para o Colorado. O trabalho não decepcionou. Amanhã completo dois anos na empresa e posso dizer que meu crescimento profissional deve ser comparado a uns 10 ou mais anos numa empresa “convencional”.

Entre treinamentos, eventos, code reviews, processos internos de acreditação, participação em listas de discussão, intercâmbios com outros times e meu trabalho geral no dia-a-dia esses últimos dois anos foram um verdadeiro intensivão.

Isso sem contar os mimos, como duas refeições por dia (mais lanches e bebidas à vontade), massagens, sala de cochilo, salão de jogos, subsídio para academia, celular da empresa, Internet de casa paga integralmente, etc, etc… Nota 10/10.

O único problema: Não é no Canadá. E como sinto falta do Canadá… Eu já tinha saudades do Canadá antes de sairmos de lá, mas desde de o ano passado a saudades tem apertado.

Cheguei num ponto onde tive que decidir: Ou o emprego ou o Canadá. Não que eu não tenha procurado juntar as duas coisas com uma transferência para um dos escritórios do Canadá. Infelizmente nenhum deles tem equipes de operações (System Administrators ou Site Reliability Engineers) e são majoritariamente escritórios de desenvolvimento de software ou vendas.

Fazer o que né? Pelo menos meus pais me avisaram desde pequeno que a vida não é sempre do jeito que a gente quer. Então a decisão foi tomada: Estamos indo de volta para Halifax!

Depois de amanhã será meu último dia, onde vou me despedir sendo o on-duty primário na fila, e na terça-feira da semana que vem começamos a viagem de volta para casa. Digo “começamos” porque dessa vez vamos de carro, o que significa uns 5 dias de viagem. Diversão pura.

Não foi uma decisão fácil, mas tenho certeza que nesse momento foi a decisão certa. Eu não sei explicar como um lugar onde não temos raízes ou família e apenas pouquíssimos amigos é onde nos sentimos realmente em casa.

Seja como for, contagem regressiva para voltar para a minha terra.