O país dos incluídos

By | August 31, 2007

Andando pelas ruas, lojas e restaurantes por aqui uma coisa salta aos olhos: Deficientes e idosos.

Eles estão por toda a parte. Comprando, dirigindo, trabalhando nos caixas, como corretores de imóveis ou no serviço de informações.

Os idosos andam em grupos. Outro dia vi uma senhora de uns 70 anos segurando o braço de uma outra de uns 90.  No shopping. Sozinhas.

É engraçado porque os carros aqui são imensos. Ou grandes sedans, ou utilitários ou mini-vans. Ai quando você olha ao volante, tá lá uma velinha, na maior, curtindo sua aposentadoria.

Mesmo os idosos que vemos trabalhando estão sempre dispostos e de bom humor, além de impecavelmente vestidos, o que me faz acreditar que estão fazendo isso “for fun”, e não porquê precisam complementar a sua aposentadoria que não dá nem pra comida.

Os deficientes estão divididos em dois grupos: Os que usam apenas uma begala ou um andador muito loco que vira um banquinho caso eles precisem parar para descansar e um outro grupo, que utiliza cadeira de rodas. Mas nada de cadeira movida no muque não.

São todas elétricas, variando do modelo “Steve Hawkin” até umas que parecem quadriciclos de andar nas dunas.

Todas (realmente TODAS) as ruas são adaptadas para cadeirantes. Os shoppins e malls tem todos rampas de acesso, além de elevadores. Os ônibus também. Ainda não andei de Ferry Boat, mas aposto meu dedo mindinho que também são adaptados.

O que parece ser contraditório é que não existem muitas vagas para deficientes no estacionamento. E normalmente elas estão vagas.

Acho que as pessoas simplemente não sentem a necessidade de parar naquelas vagas, pois qualquer outra é sempre tão boa como.

(Engraçado como em Campinas eu jamais vi um deficiente físico no Shopping, mas mesmo assim as vagas estavam sempre lotadas )

Outra coisa que difere no Brasil é que deficientes físicos, idosos, gestantes e mães com criança de colo não tem nenhum privilégio em filas ou atendimento.

Isso para mim é muito correto. O governo provê todo o suporte para que uma pessoa com essas condições viva com toda a normalidade. E é normal na vida de qualquer um ficar na fila e aguardar a sua vez.
Sei que no Brasil existem movimentos e até tentativas do governo de chegar num padrão como o que vejo aqui. Mas acreditem em mim, vão ter que comer muito arroz com feijão pra ser 10% do que vejo.

2 thoughts on “O país dos incluídos

  1. Vera Maria Ramos Bastos

    Fiquei muito emocionada com o respeito que o país tem pelas
    pessoas idosas e deficientes, todos nós, se não morrermos jovens, ficaremos idosos e provavelmente teremos dificuldades de locomoção.

    Um país que tem respeito pelos idosos estimula os jovens, de forma que estes possam viver seguros com a certeza de que
    serão respeitados, inclusive na velhice.

  2. Erivaldo Bastos

    Como visto no relato do Eri os velhinhos que vivem de bem com a vida, são alegres, otimistas e coincidentemente bem vestidos, que belo exemplo!

    O respeito é a base de todo o progresso e bem estar, então,
    é preciso zelar para que se mantenha assim.

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