Escrever à mão sempre foi um desafio para mim. Por algum motivo, desde pequeno minha escrita sempre foi uma coletânea de garranchos.

Lembro que ODIAVA caligrafia, pois simplesmente não conseguia reproduzir aqueles caracteres afrescalhados que vinham na apostila.

E como se não bastasse a frustração em si de não conseguir fazer direito aquela birosca, ainda tinha sempre a cobrança dos meus pais e professores em cima disso.

Eu me lembro claramente, por exemplo, de estar sentado na cozinha da casa de praia, durante as férias, fazendo lição de caligrafia. Lembro também que infinitas coisas que eu queria na minha infância foram sujeitas à melhorar minha caligrafia: Ganhar um brinquedo, ganhar um cachorro, ir em algum lugar, etc, etc…

Meu pai inclusive sempre teve como uma das regras de seleção de funcionários dele “ter boa caligrafia” e fico feliz dele ter aberto uma excessão pra mim e me deixado trabalhar no escritório dele mesmo com minha letra horrível.

Felizmente o tempo passa, a tecnologia evolui e nunca, em nenhum dos meus empregos em IT ninguém jamais me pediu pra escrever nada à mão.

Essa maquininha maravilhosa chamada PC me permite escrever do jeito que eu quiser, do tamanho que eu quiser e da cor que eu quiser.

Lógico que de vez em quando ainda preciso escrever alguma coisa à mão, como assinar documentos ou preencher formulários variados, mas pra mim isso é o equivalente a uma sessão de tortura. Assinar ou escrever mais do que cinco linha causa cãibras, enrigecimento muscular e dores que duram algumas horas. Sem contar que eu realmente não uso a famigerada “letra de mão”, mas apenas caracteres de forma, todos maiúsculos. E mesmo assim ainda fica com aquele aspecto de semi-analfabeto, manja?

Felizmente eu quase sempre estou com a esposa, que é a preenchedora oficial de papéis da casa, ai eu só preciso assinar e já era.

Mas aparentemente não estou sozinho. Nessa pesquisa no /. se somarmos a quantidade de pessoas que respondeu “minha caligrafia nunca foi legível para seres humanos” e “que diabos é caligrafia?” temos um total de 49% da população geek na mesma situação que eu.

Menos mal. Essa é uma daquelas situações em que estar na média nem é tão ruim assim.