Como (não) fazer negócios

By | April 23, 2009

Comentei no post anterior que estamos analisando algumas suites de colaboração para implementar aqui na empresa.

Para quem não sabe, trabalho numa universidade e, apesar do número de funcionários não ser muito grande (por volta de 1000), ao somarmos os alunos – que também utilizarão o sistema – o número de usuários sobe para cerca de 10.000

Pode não ser um número gigante para alguns dos fornecedores que estamos analisando, mas convenhamos que também não é um número pequeno. E na atual situação da economia qualquer troco a mais é bem-vindo. Certo?

Aparentemente não. Além do Zimbra estamos analisando também o Microsoft Exchange, o Oracle Beehive e uma quarta suite, que deve permanecer anônima. Vale apenas dizer que apesar dos três primeiros serem pesos-pesados do mercado a quarta suite eu nunca tinha ouvido falar. Nem da suite nem da empresa que a produz. Então a lógica me dizia que se alguém deveria fazer o máximo possível para conquistar o cliente seriam eles. Mas tem gente que não sabe fazer negócios.

Os três primeiros que citei realmente me impressionam com a qualidade do atendimento ao cliente. Respostas rápidas, precisas e sempre da pessoa certa. Já conversei desde gerente geral de vendas da Oracle para o Canadá até Senior Engineer do Zimbra.

É bem verdade que quase não precisamos entrar em contato com a Microsoft, pois todas as perguntas que você pode ter sobre Exchange (inclusive sobre sizing de equipamentos) já estão respondidas em algum lugar no site deles ou tem alguma ferramenta online que você pode usar. Mas ainda assim, isso só prova que eles sabem fazer negócios.

Mas a quarta empresa foi uma piada. Estamos a mais ou menos um mês tentando conseguir o preço base da licença. Pra pelo menos começar a conversa. Depois de muito pastar e não conseguir nada o nosso principal revendedor, que também representa esse fornecedor, conseguiu agendar uma conference call com um gerente de contas. O cara fez uma apresentação meia-boca via web-conference que só nos deixou com mais dúvidas. Mas como finalmente tínhamos o nome do sujeito mandamos uma cagalhada de perguntas, afinal todos os outros produtos já foram analisados e temos o TCO de 5 anos já pronto.

O que o animal me faz? Ao invés de responder as perguntas, encaminha tudo pro gerente dele, que por sua vez manda uma resposta do tipo:

“Se vocês querem mais informações sobre o nosso produto eu preciso do seguinte: Que seu departamento de compras me mande o RFI oficial, que vocês me falem qual o budget para o projeto e os nomes e contatos de todas as pessoas envolvidas no processo de decisão”.

shoot_foot

Nosso diretor, que é macaco velho, deu uma resposta que me deixou orgulhoso e numa tradução livre e intepretada foi algo como: “Amigão, vai ver se tô na esquina. Tenho mais o que fazer e o que não falta é empresa maior e melhor que a sua querendo fazer negócios com a gente. Seu produto não interessa mais. Não volte a entrar em contato conosco.”

Eu achei ótimo, pois o produto dos negos eram bem fraquinho mesmo, mas fico imaginando como pode alguém ser tão incompetente na hora de tratar de negócios? E ainda por cima ter um cargo razoavelmente alto….