Se você nunca assistiu MythBusters, você não tem idéia do que está perdendo. É um programa que pega mitos, crendices, dizeres populares e cenas de filme e analisa cientificamente o fato.

Não são apenas nossos pais que acreditam em coisas sem sentido, mas muita coisas que a sabedoria popular diz ser verdade são apenas frutos da fértil imaginação de alguém. Até eu, que me considero razoavelmente cético, vira e mexe sou surpreendido por um episódio do programa que mostra que aquilo que eu tinha como verdade é apenas fruto de uma cabeça ignorante.

Devido ao conteúdo do programa, eu acho que alguns políticos brasileiros deveriam ser OBRIGADOS a assistir todos os episódios antes de fazer uma lei. Quer um exemplo?

Lei n° 13.440 (Municipal de São Paulo ) – “Art. 2º. É vedado o uso de aparelhos de telefonia celular nos postos de abastecimento de combustível, os quais deverão ser mantidos desligados durante a permanência de seus usuários nas dependências do posto.”

MythBusters, temporada 1, episódio 5: “A cell phone does not create enough of a spark to cause a gasoline explosion…”

A lista de mitos já testados é imensa e você pode ver a lista completa no guia de episódios da Wikipedia.

Um dos episódios que eu gostei muito e reflete a cultura hacker foi o 16.o da 4.a temporada, onde o “mito” era: Sistemas que utilizam impressão de digital para permitir acesso (como alguns programas para segurança de computadores e fechaduras eletrônicas de portas-cofre) são totalmente seguros.

Basta uma procurada no google para ver o tanto de fabricante que tem por ai que vende impressão digital como sendo a solução definitiva para todas as inseguranças do mundo.

Pois bem. No episódio um dos apresentadores configurou um computador e uma porta-cofre para abrir apenas com sua impressão digital. E os outros se propuseram a invadir o computador e abrir a porta, fingindo ser o primeiro.

Como sempre tentam ser o mais científicos possível, eles começaram pensando que o dono da impressão não deveria colaborar doando sua impressão digital. Então eles deixaram alguns dias passar até o tema do programa fosse esquecido e, durante a gravação de um outro programa, um deles pediu inocentemente um CD emprestado. Como todos sabem, CD é um verdadeiro ímã de impressão digital e esse foi o modelo deles.

Ao invés de contar toda a história, eu vou deixar vocês mesmo verem como foram os testes contra uma porta-cofre com tecnologia de ponta e muito, muito cara.

Para quem não fala inglês, o fabricante alega que a porta, além da impressão digital, também testa a presença de pulso, suor e temperatura corporal (para ter certeza que não arrancaram o dedo do nego e tão usando como chave).

Na ordem, eles testaram uma película de latex impresso à partir de uma folha de circuitos grudada no dedão, depois uma impressão digital feita à partir de gel balístico e por último uma xerox da impressão digital num papel branco, devidamente lambida na hora de usar.

Ah, sim… O alarme que toca era por causa de outro mito que estava sendo apresentado no mesmo episódio: É possível tapear alarmes com sensor de presença?