Não posso dizer com 100% de certeza, mas acho que eu comecei a gostar de ler no primário, com “Um dono para Buscapé“. Não lembro nada da história, exceto que era um vira-latas sem dono.

Sempre li bastante quadrinhos quando era crianças, Disney principalmente. Tio Patinhas sempre foi de longe meu favorito. Li um pouco de Turma da Mônica também, mas nem de perto a mesma quantidade. Lembro que passar férias na praia era sinônimo de visitas diárias à banca de jornal e horas lendo quadrinhos.

Peguei mais gosto ainda com a série vaga-lume. Acho que minha escola dava 3 ou 4 livros da série para ler todo ano entre talvez 3.a e 7.a séries. Uns poucos anos atrás cheguei até a olhar quanto custaria comprar a coleção completa, mas era um absurdo de caro e deixei pra lá.

Infelizmente o amor pela leitura tomou um tombo quando fui forçado a ler “clássicos” da literatura brasileira. Me desculpem os intelectuais de plantão, mas não tenho paciência ou estômago para “Vidas Secas”, “Morte e vida severina”, “Dom Casmurro” e outras porcarias que fui obrigado a ler. Além de só ter esse tipo de tranqueira da 8.a série em diante, ainda entravam como livros a serem lidos para o vestibular. Me obrigar a ler/fazer/estudar alguma coisa é a forma mais garantida de me fazer odiar a dita.

Minha memória pode não me servir bem, mas tenho a impressão que durante o colegial eu basicamente li quadrinhos de super-heróis (DC, Marvel, Image, Dark Horse),  livros sobre cães e talvez uma meia dúzia de outras coisas.

De novo, não sei dizer ao certo, mas acho que o gosto pela leitura foi reavivado pela série “Deixados para Trás“, que mistura ficção com o livro do Apocalipse. Acho que foi a primeira vez que eu grudei num livro por 6 ou 8 horas. Cheguei a ler um dos livros da série numa noite.

Já tendo saído do colegial me empolguei na leitura de novo e livros relacionados a ciências, como “Uma breve história do tempo” e “O universo em uma casca de Noz” eram consumidos lado-a-lado com biografias de Einsten e “O último teorema de Fermat“. Isso sem contar inúmeros livros técnicos e algumas ficções.

Apesar de ler um bocado foi depois de casar que eu vi que eu era é fraco. A esposa devora livros como quem lê tweets na time-line e mantêm registro detalhado de tudo. Coisa que nunca tive paciência de fazer.
Mas esse ano ela me mostrou o Goodreads onde finalmente eu ia poder manter uma lista dos meus livros, já que ele integra fácil com o Kindle e eu ia poder ter uma idéia de quanto eu realmente leio.

Como eu não tinha idéia, eu especulei que talvez eu conseguisse ler uns 15 livros por ano e foi isso que coloquei no meu desafio de leitura do Goodreads.

Pois bem, senhoras e senhores:

Foi bem mais fácil do que eu pensei e já estou perto de acabar mais dois livros, pelo menos. E isso sem contar que estou lendo a Bíblia, capa-a-capa de novo esse ano.

Se você está interessado em ler mais o meu esquema para leitura é o seguinte:

Depois da janta a esposa e eu sentamos e lemos a bíblia de acordo com o nosso plano de leitura. Vão de 5 a 20 minutos por dia, dependendo do trecho que temos que cobrir e de quão difíceis são os nomes, cidades ou quantidades. Ler Salmos é fácil, genealogias nem tanto. Eu leio em voz alta e ela acompanha na bíblia dela. Por volta das 18:30 já terminamos.

Das 18:30 às 19:30 eu leio um livro mais complexo, como “Left of Bang” ou “What is the Trinity?” que precisa que eu esteja mais alerta e com uma boa quantidade de atenção para entender o que estou lendo. Essa leitura é feita na sala, acompanhada ou não de meia taça de vinho tinto e chocolate meio amargo (fica a dica #anti-oxidante).

Vou para cama às 19:30 e lá pego o próximo livro, que vai ser uma coisa mais leve, como “O Gênio do Crime”. Esse leio o quanto conseguir. Se tive um dia puxado só uns 10 minutos. Se é uma sexta à noite, umas 2 horas… Sei lá.

Recentemente adicionei audio-books e tem sido excelente. Já faz tempo que andava ouvindo podcasts no caminho para o trabalho, mas audio-books são melhores ainda. Só me causa um pouco de confusão dizer que estou “lendo” um audio-book, mas sei lá… semântica. O único da lista ai de cima foi “hand in Hand”.

Finalmente tem as exceções. Aqueles livros tão bons que é impossível largar e são lidos num final-de-semana. Esse ano foi o caso do “The Martian”. Comprei numa sexta de terminei no Domingo. Sensacional.

Não tente ler vários livros do mesmo tipo ou do mesmo assunto ao mesmo tempo. Minha impressão – sem nenhuma base científica –  é que o cérebro meio que se esgota de uma única coisa e você não vai aproveitar bem o conteúdo.

A outra dica é nunca ler um livro muito legal ou que sugere ação da sua parte (tipo de autoajuda) antes de dormir, já na cama. Você vai ficar pilhado, não vai dormir direito e também não vai fazer o que o livro sugere. Deixe ficção mais leve, biografias e livros de história para a hora de dormir.

No final das contas acho que vou, talvez, chegar em 20 livros esse ano. O que, só pra constar, ainda é longe da esposa, que está perto de acabar 36…