AVISO: Esse é um posto longo, chato e extremamente reclamão. Recomendo você procurar outra coisa para ler. Continue sob o risco de ficar entediado, puto comigo ou, se pensar igual a mim, puto assim como eu.

Eu fico puto da vida quando as pessoas ainda me questionam porquê não quero ter filhos. Será que sou só eu que vejo que o mundo como conhecemos está indo pro buraco? E o que vejo pro futuro me faz até questionar se quero viver muito mais do que os 50 anos.

São desde grandes coisas extremamente problemáticas até babaquices e picuinhas bem pequenas que parecem existir só pra tirar a gente do sério.

No Brasil parece que o golpe de estado está tomando forma mesmo, né? Lógico que está sendo no melhor estilo de cozinhar sapo… bem devagarzinho…

Esse tal de Projeto Nacional de Direitos Humanos tá uma coisa muito bem-feita. Um perfeito cavalo-de-tróia como disse o Ruy Fabiano. Quando menos perceberem vocês por aí vão ter perdido o direito à propriedade privada, liberdade de expressão, liberdade de imprensa e sabe-se lá mais o que. Mas hey… Quem vai ser contra os DIREITOS HUMANOS, né?

Aliás, liberdade de expressão é uma coisa que está perdida no mundo inteiro, né? Nenhum lugar mais do mundo você pode pensar e falar o que bem quiser.

  • Na china não pode falar mal do governo.
  • Nos países árabes não pode falar nada contra o Islamismo.
  • No Canadá e outros países de primeiro mundo da Europa é proibido contra o homosexualismo e religião ou crença. Desde que não seja Cristianismo. Esse pode meter o pau.
  • Nos Estados Unidos não pode falar mal do combate ao terrorismo sob o risco de entrar em alguma watch-list.
  • No Brasil a combinação de todas as anteriores mais coisas bairristas como “vítimas da ditadura militar”.
  • No mundo inteiro é proibido falar qualquer coisa contra o “aquecimento global”

E notem que as proibições não são necessariamente explícitas. Muitas delas são apenas subentendidas e respeitadas por puro medo de uma reação de uma terceira parte que possa nos prejudicar de alguma forma.

Também acho “sensacional” como as nossas liberdades pessoais são colhidas dia-a-dia em nome de temas tão puros que ninguém se atreve a questionar.

Aqui no Canadá, por exemplo, é proibido mandar qualquer lanche para seu filho comer no recreio que contenha amendoim. Afinal as crianças que tem alergia a amendoim pode comer o lanche do seu filho e ter uma reação alérgica. Ora, quem não se preocuparia com pequenos e fofos humaninhos tendo reação alérgica, né? E que tipo de pessoa mau e insensível vai ser contra uma regulamentação que só tem o bem em mente? PENSEM NAS CRIANÇAS!

Bom… como já foi a mão, vamos catar o braço também. Na Universidade em que trabalhei ano passado as salas de aula era “peanut free zones”. Peraí! Como um marmanjo de seus 20 anos alérgico ao ponto de reação vai comer comida ALHEIA numa sala de aula de faculdade?

Mas calma… as coisas são sempre feitas com calma. Jamais você vai consegue sequer proibir amendoim do dia pra noite. É preciso mexer com a cabeça das pessoas.

Algumas empresas de alimentos fazem na TV propaganda de seus lanches e guloseimas SEM AMENDOIM e também preparados num ambiente 100% sem amendoim. E a propaganda na TV, feita com personagens em 3D via computação gráfica, mostra os amendoins como monstros grandes, feios e perigosos, enquanto o lanche sem amendoim é tipo um super-herói.

E, para não perder mercado, quase todas as empresas de alimento também lançam produtos sem amendoim e com grandes etiquetas e avisos:  LIVRES DE AMENDOIM. Reparem na linguagem: LIVRES! Quem seria contra a liberdade, né?

E continuando, agora empresas aéreas também poderão ser obrigadas a criar uma “zona livre de amendoim” dentro dos aviões.

Ainda no tema “pensem nas crianças”, li recentemente que uma cidade na Inglaterra fez uma lei que proibe os pais de irem no parquinho com seus filhos. Em nome da luta contra a pedofelia a cidade contratou “profissionais homologados” que podem ficar dentro do parquinho supervisionando as crianças, enquanto os pais devem esperar do lado de fora do alambrado.

Hey… quem vai ser contra, né? Pensem nas crianças.

E ainda falando em crianças… Quando eu era pivete levei um bocado de surra do meu pai e da minha mãe (só que da minha mãe não doía. Hehehehe… falei. 😛 ).

Acreditem se quiser, cresci sem traumas, muito bem educado, equilibrado e normal. Assim todos meus amigos e conhecidos da mesma idade que eu que foram educados da mesma forma. Um bom tapa na bunda, uma chinelada e umas boas horas em pé num canto de castigo são excelentes ferramentas educacionais e sou grato aos meus pais por terem utilizadas as mesmas comigo.

Mas hoje em dia, pricipalmente em países de primeiro mundo, experimenta relar o dedo no seu filho. Xadrez amigão.

Esse vídeo mostra a indignação de uma avó que teve o carro roubado pelo neto de 7 anos que estava bravo com a mãe que o proibiu de jogar video-game. A vó diz algo como “Eu queria esquentar o traseiro desse muleque. Se eu não soubesse que iam me mandar pra cadeia por causa disso eu ia dar uma bela surra nele”.

Eu assisto com freqüencia COPS e é ridícula a freqüencia com que a polícia é chamada pelos pais para resolver problema com os filhos.

Vi um episódio onde dois filhos adolescentes de um casal começam a brigar e o pai liga pra polícia, que chega na casa e prende os dois por violência doméstica. E não era briga de foice não. Briguinha dessas normais de irmãos.

Dois adolecentes, recém entrados na faculdade passaram a ter passagem pela polícia, ficha criminal e experimentaram uma noite na cadeia. Sinceramente, como isso pode ser melhor do que uns tapas na bunda?

Mas calma. Isso não é tudo. Não muito tempo atrás li também sobre o caso de uma menina adolescente (12~14 anos) que processou o pai. O pai tinha, como castigo por ela ter saído escondida de casa de madrugada para ir numa festa, proibido ela de ir a uma excursão com a escola.

Ela processou e ganhou. Me fala isso é coisa de gente normal. A juiza decidiu que o castigo era desproporcional à ofensa. Um exagero. Uma violência contra a liberdade da menina. Pensem nas crianças.

Mas percebem como é um processo gradual? Começou alguns anos atrás com gente babaca, psicólogos (encaixam na categoria anterior?) e sociólogos falando dos problemas de violência infantil. E quem vai ser contra violência infantil, né? E aos poucos vai aumentando, aumentando até chegar numa aberração como essa.

O detalhe é que se você perguntar na intimidade, uma a uma, a maior parte das pessoas tem uma noção corretada do que é um tapa educativo e o que é violência. E é favorável a um tapa educacional.

Mas coloca 100 pessoas medianas com a cabeça em ordem  e um desses pseudo-entendidos verborrágicos numa sala e tenta fazer a mesma pergunta. Todo mundo vira entendido e defensor das pobres crianças também. Mesmo que seja só para não ser taxado de sei-lá-o-que.

Aliás, como falei antes ser taxado por uma terceira parte realmente é nosso único problema na maior parte das liberdades que abrimos mão. Mas conforme vamos abrindo mão a perda dessas liberdades vai permeando o nosso dia-a-dia até o momento em que ninguém mais tem coragem de levantar a voz contra isso e ai surge uma lei, regulamentação ou raio que o parta que institui a perda dessa liberdade de forma definitiva e ter essa liberdade passa a ser crime.

Um bom exemplo para ilustrar tudo que falei foi a campanha de desarmamento no Brasil. Ter uma arma sempre foi uma liberdade pessoal, incluindo o direito a auto-defesa até onde entendo.

Mas ai aos poucos foram minando os direitos, colocando restrições e atacando abertamente o porte de arma. Os pseudo-intelectuais cheios de carisma falando pelos cotovelos e todo mundo que discordava taxado de potencial assassino.

Graças a Deus o voto é secreto e os Brasileiros ainda puderam ir lá e votar, sem medo da opinião de terceiros, no que realmente acreditavam.

Infelizmente a maior parte das coisas que nos afetam no dia-a-dia são resolvidas na canetada ou apenas fazendo a chamada consulta popular, onde apenas os chatos, esquedistas e pseu-intelectuais se metem.

Afinal enquanto eles vão a fórums, passeatas, congresso nacional e imprensa exigir direitos, criar leis e bradar palavras de ordem absurdas que acabam com o mundo como conhecemos, nós, as pessoas normais e medianas não podemos reagir. Afinal temos que trabalhar pois não somos vagabundos.