Atenção: Este é um post estilo “querido diário”. Continuação deste outro post

Ter quatro cachorros não é moleza. Eles comem uma barbaridade, cagam uma barbaridade, precisam de constante atenção, educação, treino, brincadeira, passeio, vacinas, consulta no veterinário, escovação, etc, etc.

Ainda pra piorar a Pipe e a Dot não se dão bem e não as deixo juntas pra evitar briga. Alguém já tentou separar briga de Rottweiler no pêlo? Dá trabalho, cumpadi.

Isso sem contar que existe um enorme preconceito com a raça. A mídia fez a caveira dos Rottweilers e dos Pitbulls nos anos recentes da mesma forma que fez com os Dobermanns e Fila Brasileiros na década de 80. Por causa disso os políticos oportunistas fazem leis racistas e criam regras irritantes.

Mas pior do que isso são as pessoas que ao avistarem um Rottweiler na rua agem como se estivessem vendo um leão que fugiu da jaula. Sem contar os imbecis que acham que são os defensores do pobres e oprimidos e vem querer dar lição de moral. Já ouvi desaforo na rua passeando com o Hurd.

O Pingo dá muito menos trabalho neste sentido, mas ele também tem as necessidades dele. Como acostumamos mal demais o bichinho, ele só dorme na cama com a gente. Gosta de edredon, travesseiro e cobertor. Sofre até umas horas quando não está perto da gente e dá pra perceber isso pelo tanto que ele treme quando olhamos ele sem que ele saiba.

Mas o desafio mesmo foi trazer os quatro monstros pro Canadá.

Estou cansado de ver gente falando que vai mudar de casa ou de cidade e por isso vai dar o cachorro. Eu penso que gente assim não tem idéia do tipo de relacionamento que o cão desenvolve por seu dono (em inglês eles usam a palavra master, que mostra a profundidade do relacionamento). Com certeza essas pessoas não mereciam um cão antes de mais nada.

Antes de dar início ao processo de imigração pesquisamos se e como poderíamos trazer os cães e só depois de ver que era possível demos entrada no processo.

Custou caro o transporte, custaram caro as caixas de transporte, custou caro o canil onde deixei os Rottweilers hospedados enquanto a gente procurava casa e foi difícil achar uma casa pra alugar que nos aceitasse. Mas não existe nenhum arrependimento.

Amo meus cães e os considero parte da família. Se os rottweilers não fossem uns ogros com certeza iam morar todos dentro de casa, mas infelizmente isso não é possível.

Para o futuro não pretendo ter outros cães tão cedo. Vou esperar meus atuais irem embora daqui uns 10 ou mais anos e só então procurar novos amigos.

Porém pretendo iniciar a criação dos rottweilers, ainda mais levando-se em consideração que vi poucos exemplares por aqui e todos muito feios.

Um outro plano que eu e a esposa temos é nos candidatar a voluntários de lar adotivo para filhotes de cão-guia.

Neste programa filhotes que futuramente farão parte do programa de guia de cegos são hospedados em lares adotivos até completar oito meses e então encaminhados para as instituições que fazem o adestramento especializado.

É diversão pura. Dá pra ter dois filhotes em casa por ano sem ficar com ele pro resto da vida. 😉

Espero que estes textos tenham sido do agrado de algum dos meus 3 leitores. Se não foi também, azar. Como diz o Marcelo eu “não to aqui pra agradar ninguém”